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Observação Pertinente

Mortais!
Vim fazer um post rápido (afinal, tenho todo o tempo do mundo) para lhes lembrar de um fato importante, caso não tenham percebido.
Todo nome de deus tem 4 letras: Zeus, Odin, Deus, Lord, Dios, Javé, Dieu, Gott, Alah, Thor, Amon, Domn, Baal, Tupã, Xiva, Buda, Ares, Eros… Adam!
Por hoje é só isso.
Fiquem comigo!

O Senhor dos Anéis

Então, como vocês viram na HQ desta semana, eu tive minhas mulheres. E talvez eu possa ser parente da Niki. Na verdade, esse título “10 noivas” foi um tanto ultrajante. Mas enfim… Aos que acharam que eu só me interessava por espadas antigas ou trenzinhos modernos, se enganaram.

Hoje eu tive um pesadelo neste caixão escuro. Sonhei que, do lado de fora, demônios me espreitavam esperando que eu saísse para me devorar. Eles eram loiros e sensuais, foi então que vi que estava apenas sonhando, porque ninguém é mais sensual do que eu. Se bem que o… Bom, nada não. Parece que a minha mente também se cura automaticamente dessas insanidades.

Acordei e olhei para a aliança. Eu não tinha avisado vocês sobre uma Noiva? Pois é, sempre é uma noiva o que me inspira a sair daqui. E vou conseguir. Ou não me chamo Adam Monroe… Ou Richard Sanders… Ou Takezo Kensei… Ou…

Ah, é isso. Vocês entenderam. Então joinha pra vocês, amigões!

joinha

Pois é, carpas… Vocês aí comendo ceia, trocando presentes e desenterrando (com o perdão do trocadilho) CDs de melodias repetitivas que só escutam nessa época do ano, e eu aqui trancado nessa caixa que nem de música é. Passei o Natal num lugar escuro e solitário.

Mas eu nem queria ir para a festa de vocês mesmo! Dizem que todo mundo estava piqueteando na greve, até o Parkman se prestou ao ridículo de se vestir de Papai Noel para agradar a pequena gritalhona e o seu afeto indiano. Fique sabendo inclusive que o Sylar foi nessa passeata! Devem ter servido sorvete por lá…

Enfim, aqui no meu túmulo não tem chaminé, mas alguém deu um jeito de passar para ofertar-me algo. Claro, porque eles têm medo de não agradar a um deus como eu e sentirem minha ira. Que seja. Agora eu fico blogando e cantando sozinho todas as vozes dos coraizinhos festivos. Só não tenho um sininho para bater junto.

E o que adiantaria eu comer a ceia se o Hiro nem um banheirinho instalou nessa joça? Tirando seja lá quem for que me mandou o PC, o resto eu aposto que nem se lembrou de mim. E mesmo este interesseiro deve querer alguma coisa ao me dar um presente. Eu odeio a humanidade, odeio mesmo. Então para que comemorar o nascimento de quem dizem ter sido o salvador dela? Eu sim vou salvar o mundo dessa escória chamada ser humano. O tal do Platão provavelmente se orgulharia de mim. Afinal, para que viver num mundo de deuses se eu não puder ser um deles?

Deveriam instituir como feriado de Natal o dia do MEU nascimento, isso sim… Imaginem as músicas!

Jingle Bells:

Hoje a noite é bela, juntos Kaito e ela,
vão em uma cela, felizes me trancar;
Ao soar o aviso, debaixo do piso,
mato em rodízio, até no cofre chegar.
Pego o frasco pequenino da 138,
com o vírus da Shanti fico até afoito;
Mando à Terra meu flagelo, faço até um bem,
eu decido quem vive e quem morre também.

Noite Feliz:

Noite feliz, noite feliz,
Eis que no ar vou espalhar
Este vírus que estava trancado,
É o Shanti, mas está variado;
Durmam em paz e pra sempre!
Durmam em paz e pra sempre…

Natal Branco:

De longe a variação, linda!
Que da Shanti se originou.
Este é o momento que vimos as almas
Saindo de um corpo que ficou.
Lá fora ela se espalha, vimos
Cada mortal que dizimou;
E fazemos o mundo feliz…
Ao olhar que só um deus nele restou.

Papai Noel está chegando na cidade:

É melhor, ó mortal, se regenerar,
Ou então para um velho passado voltar;
Porque Adam vai mandar dilúvio
E o Adam vai destruir tudo!
Seu vírus está chegando na cidade…

Presente de Natal

Alguma boa alma botou um PC na minha sepultura. Agora poderei falar mais com vocês. Vejam:

PC do Adam

Boas Festas? Cara, eu estou sujo e cansado, sem falar em faminto.

Bem, mas que diferença faz? Eles vão me esquecer preso aqui DE NOVO. Eles sempre me deixam trancafiado em algum lugar. E eu acabo passando o Natal estudando para ser o novo Deus. Ou pelo menos o novo Noé. Teve um ano que eu me enchi do TÉDIO e fiz o maior barulho possível na minha cela para ver se alguém me escutava e me incluía na festa. E o que fizeram? Levaram-me alguns waffles da Sandra Bennet pra eu comer.

Lembro da época que eu me misturava à multidão da rua para ouvir suas conversas e me reabastecer de certezas do quanto as pessoas são falsas e mesquinhas. Fingem estar de bem com todos por um dia do ano, e depois enfiam-lhes a faca nas costas. Usam uma data de confraternização para se sentirem menos culpadas e ainda fazem isso através do consumismo exagerado e fútil. Pessoas fedem.

Ao menos essa será uma vantagem de estar preso em uma caixa. Não vou ver essa coisa ridícula que fizeram com o Natal. Compartilhar amor e paz e amizade, e espalhar votos de saúde e felicidade? Seria melhor eu espalhar o vírus!

Se bem que, se eu estivesse lá fora, seria um pouco menos entediante. Afinal, fico imaginando um Natal com eles todos. Aquele detetive Parkman seria o mais apropriado para fazer o Papai Noel, porque – além de ser gordo – ele adivinha o que você quer. A Elle e o Micah se encarregariam de acender as luzes. O Haitiano viria do jardim com sua roupa de duende. Peter soluçaria em prantos enquanto a Claire faria a bondade de cortar um dedo do pé para alimentar o Mr.Muggles. Bennet recortaria um monte de papel para fazer enfeites de floquinhos de neve, Monica assistiria vídeos natalinos para cantar na ceia, e Niki trocaria presentes entre sua imensa gama de personalidades. O único problema seria acontecer como certa vez em que eu insisti tanto para estar lá em cima com a Companhia, que o Bob me levou, mas disse que eu parecia um anjinho loiro e me transformou em uma estátua dourada para enfeitar a sala…

Tédio.

A Caixa de Pandora

Eu estou num caixão. Caixão é uma caixa grande. Metafisicamente falando, existe uma caixa de Pandora? E se a caixa não existe, eu estar numa grande caixa significa eu estar em um grande nada? E eu, então, existo? Ou todos nós temos uma caixa? E eu estou dentro da minha própria caixa? Mas, se assim fosse, a caixa de Pandora conteria a Pandora? Ou ela só carrega a sua caixa? Será que estou ficando louco? Isso é conseqüência do tédio? E o Peter, ele deteu o vírus? Estaria eu literalmente “criando raízes”? Não sei! Só sei que estou começando a parecer o Mohinder falando. Isso quer dizer que ele também já ficou numa caixa antes? Ou ele nasceu assim mesmo? E seria eu a esperança ou um dos males da caixa? Argh! Com licença…

Maldita Carpa

Aquele baiacu que anseia por virar sushi e atende pelo nome de Hiro me prendeu num caixão. No começo eu fiquei tão histérico quanto o Mohinder quando dá piti e quebra o laboratório. Mas era inútil gritar. O Hiro me ferrou legal desta vez. Eu disse que procuro me atualizar nas gírias, não disse? Então, ele me f..eu bonito. E não foi no sentido que você pode estar pensando, porque nesse sentido teria sido até preferível. Depois eu me acalmei e comecei a brincar de vampiro, mas com o tempo enjoei disso. Então me lembrei que eu tinha um blog. Peguei minha wap do celular e loguei para passar o tempo. Por isso estou aqui. Afinal, estou com tempo para refletir sobre minha vida, o universo, e tudo o que aconteceu desde meu infeliz nascimento até hoje. Mas claro que não vou incomodá-los com tudo isso. Estou preso num caixão, ora bolas. Tem gente aí pensando que o celular não pega embaixo da terra, porque não pega no metrô. Mas Japão é Japão, tudo pode acontecer no Japão. Só vou ficar devendo a resposta aos comentários, porque eu tenho a eternidade para respondê-los e não estou com humor agora.

Enfim, eis a ironia: eu plantado a 7 palmos e ainda assim incapaz de morrer. O pior de tudo é que isto é o maior TÉDIO possível! Ele não precisava ter me arrumado um caixão com essas firulinhas acolchoadas, foi totalmente desnecessário. Eu fico aqui dentro contando as bolinhas e preguinhas para passar o tempo e isso só me irrita ainda mais. Só porque eu matei o pai dele ele me enterra vivo? Ele não estaria exagerando na vingança? Talvez ele esteja brincando e vá voltar em breve pra me tirar daqui… Ou talvez eu tenha que aceitar o fato. E, quando eu conseguir sair daqui, eu farei esse traidor sofrer a MINHA vingança, porque eu não aprendi nada com esses provérbios de TV que dizem que “a vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena”. Não se preocupem, já tenho tudo planejado aqui na minha linda cabecinha loira.

Primeiro eu vou abrir meu caminho pra fora deste caixão a socos e murros, igual a Beatrix Kiddo de Kill Bill fez! A Noiva sempre foi uma das minhas inspirações, eu também tenho vontade de sair por aí matando as pessoas com minha espada samurai em lugares públicos. Da última vez que fiz isso (antes do corredor da Primatech no Texas), eu fui preso. Daí eu vou cavar até lá em cima, saindo daqui cheio de poeira e à luz do dia. Não deve ser um problema, a não ser que tenham jogado concreto ou mármore em cima da sepultura. Depois eu vou expressar meu desagrado ao cara de peixe que me traiu, e posso começar fazendo algo com o túmulo do pai dele aí do lado.

Então eu serei como um tubarão que engolirá a carpa depois de triturá-la em sua feroz mandíbula. Partindo desse ponto, eu vou… Ah, não sei, é difícil pensar quando se está preso dentro de uma maldita caixa. E é tudo culpa dele. Como ele pôde fazer isso? Ele foi mais que um amigo pra mim. Eu poderia ter encontrado a redenção com a amizade dele. Mas não, ele roubou minha namorada, me explodiu numa tenda de pólvora e agora me coloca num caixão. Depois de tudo o que eu fiz e o que me tornei para ele ter suas estorinhas de dormir, para ele ter um herói com quem sonhar e aprender e se inspirar. E tudo isso foi por causa dele! As pessoas fedem. Todas elas. Nem é preciso viver 400 anos pra se dar conta disso, eu soube que o Claude foi um que já captou essa mensagem bem rápido.

Falando em rapidez, é melhor eu começar a treinar os socos. Minha vantagem é que eu regenero, enquanto a Bia ficou sangrando. Mas, puxa, ela pelo menos tinha uma lanterna, eu só tenho essa telinha luminosa de celular que apaga sozinha. E, cara, como está escuro aqui dentro…

O Hiro me traiu. O Kaito me odiava e me trancou. A Victoria me odiava e me deu um tiro. Até o Peter agora suspeita de mim. Ninguém me entende. Por que será que não percebem que alguém que viveu tanto tempo é mais sábio do que eles, porque conhece mais da vida? Deveriam aprender com os mais velhos!

O Nathan, por exemplo… Eu estou bem conservado pra minha idade, mas não fico me gabando disso como ele faz, nem me voltando pra bebida só porque me vi queimado no espelho. Sei que eu costumava beber, mas isso foi há centenas de anos, me dêem um tempo. Aliás, tempo é o que eu mais tenho.

Talvez seja por isso que ninguém gosta de mim. É inveja. É esse medo constante da morte que eles têm que faz eles não quererem que outra pessoa possa ter o que eles não podem. Aí a trancafiam e a privam de fazer o que ela quer e gosta. Deve ser isso.

Na verdade, eu não dou a mínima se o caso for esse. Mesmo assim eu vou tentar consertar o mundo em que elas vivem, esse monte de gente ingrata que só sabe reclamar e não pára pra pensar na racionalidade dos meus motivos. É tão simples! O mundo é uma droga, então precisa de conserto. Você pode se livrar de viver nele quando envelhece e morre, mas não quando você vive pra sempre.

E eu lamento esse acúmulo excessivo de seres humanos no planeta, especialmente de americanos. Um povo que come coisa podre, não sabe nada de geografia, morre de medo de bomba, mas adora um filme de desastre. Certo, eles tiveram coisas incríveis, como o Elvis, a Marylin – que merecidamente era Monroe -, o jazz, volta e meia acertam a mão nas séries de televisão… Mas isso não justifica eles ficarem impunes.

Então me aguardem, porque acho que vou começar por vocês. A América será meu ponto de irradiação do vírus. Decidi. Eles vão ser os primeiros a morrer.

Após ficar aprisionado 30 anos, há cerca de uns seis meses atrás eu finalmente saí das dependências da Companhia com o meu novo amiguinho. Anos antes, eu tentei sair de lá me relacionando com uma loira como eu, mas até hoje me arrependo. Eu acho que – depois de tantos anos preso sozinho numa cela – eu deveria estar MUITO desesperado para tentar algo com ela. Fora que é estranho você ter algo com alguém que você viu crescer. Prefiro esse moço de agora, o Peter. Até para sair de lá foi divertido, fizemos um trenzinho. A solidão é um preço que se tem que pagar quando se é eternamente jovem. As pessoas passam e você continua sendo só você.

Esse é um dos motivos por eu querer o Vírus Shanti. É para um propósito bastante humanitário. Sim, amigos, se duvidam disso, é porque vocês é que não me compreenderam ainda.

A vingança não é uma resposta, mesmo que tudo o que você ame tenha sido devastado. O que eu quero dizer é que eu acho que as pessoas não deveriam procurar pelo assassino do pai delas e cometer uma violência com ele, certo? Isso atrai um carma negativo (para quem morre, claro; já eu não posso ter carma, simplesmente porque não reencarno).

O mais chato dessa história de viver tanto tempo é você não poder curtir coisas do seu passado, inclusive devido ao fato de essa geração sem memória não as ter preservado ou não ter aprendido a apreciar as poucas coisas que o ser humano fez de bom. Não posso mais escutar o original ao vivo de minhas óperas preferidas, regidas pelo próprio autor das mesmas. Hoje as pessoas só escutam um monte de grunhidos com chiados e sons metálicos e tambores. Não vêem por que a humanidade precisa morrer? Precisamos consertar esse tipo de coisa. Afinal, qual o problema em matar um monte de gente? Sério, amigos leitores, tudo é por uma causa maior. Ninguém parece me entender…

Além disso, minha missão me dá algo para fazer e me faz conhecer pessoas interessantes que irão me trair e me abandonar como todo mundo faz no final, e isso vai me deixar ainda mais amargurado e firme em meu propósito. O Peter salvou a minha vida e eu salvei a dele, foi uma troca justa. Eu nunca deveria ter contado a ninguém que me atirar na cabeça me mataria. Sei que na época eu estava tão entediado que quis morrer pra me livrar dessa praga que é a vida humana, mas enfim. Agora eu tenho um propósito, então, em vez de eu morrer, que morram os outros.

Eu sou um ser tragicamente mal-compreendido. Talvez por isso tenha me identificado com o Peter, que também tem cara de ser alguém que gosta de dramas. Contudo, acredito piamente que as pessoas, em especial as mulheres, só não me odeiam mais porque – como disse o Peter – estou bem conservado. E, não, não foi o formol. Vai ver foi o saquê…

Preciso ir agora. Sou imortal, mas ainda sinto fome. Até o próximo post, temos a eternidade inteira pela frente pra isso.

Quando se tem por volta de 400 anos e se está entediado por já ter visto de tudo, inventa-se coisas como criar um blog. É importante me adaptar aos avanços modernos das eras. É por isso que procuro usar gírias e me manter atualizado com os incríveis cortes de cabelo que inventam. Se quer saber, uso gel sim. Além disso, pela Internet eu posso saber o que andam fazendo meus inimigos. Porque, se há algo que aprendi nesses anos de solidão, foi a guardar rancor.

Antes deste blog, eu tive outros hobbies. Devo acrescentar que larguei a maioria. Esportes? De vez em quando. Bebidas? Passei os últimos 30 anos a seco. Talvez eu já tenha esbarrado com a Niki ou o Nathan no A.A., quem sabe. Mas meu passatempo mais duradouro tem a ver com vocês. Eu sei quem vocês são, e são todos iguais. Mas vou lhes dar a chance de me conhecer. Porém, se depois disso vocês forem encontrados com amnésia num container de Cork, na Irlanda, já não será problema meu.

Todo deus precisa de seguidores. Junte-se a mim se você também acredita na minha causa. Como diria um sábio desenho animado japonês, vamos nos unir “para proteger o mundo da devastação, para unir os povos de nossa nação, para denunciar os males da verdade e do amor, para estender nosso poder às estrelas”. “Rendam-se agora ou preparem-se para lutar”.